O Outubro Rosa é um movimento de conscientização que surgiu na década de 90, com o objetivo de estimular a participação da população no controle do câncer de mama, trazendo informações e proporcionando maior acesso aos meios diagnósticos e de tratamento. Posteriormente, o controle do câncer de colo do útero também virou alvo da campanha.
Abrindo este mês, nossa proposta aqui no blog é de trazer discussões relevantes sobre saúde feminina e o papel do autoconhecimento neste aspecto, com temas relacionados tanto ao Outubro Rosa como ao cuidado com nós mesmas. Reforçamos o quão importante é entendermos nosso corpo, acrescentarmos mais atenção a ele e até mesmo identificarmos quando algo não vai bem.
Começaremos falando sobre a nossa (já bastante falada por aqui) amiga menstruação e como ela pode ser interpretada como um sinal de saúde para nós.
Algumas fontes consideram a menstruação como o 5º sinal vital, por ser um excelente indicador de saúde para quem tem ciclos menstruais.
Mas como assim “indicador de saúde”?
Bom, o ciclo menstrual não existe apenas como uma tentativa do corpo de vir a produzir um bebê; o ciclo menstrual é a forma pela qual produzimos hormônios sexuais, por sua vez necessários para a saúde dos nossos ossos, pele, sistema nervoso, circulatório e até mesmo para a saúde mental. Nós nos beneficiamos destes hormônios!
Portanto, ter ciclos menstruais saudáveis e regulares na medida do possível - ou seja, ovular e menstruar regularmente - é um primeiro indicativo de que muitas funções do corpo provavelmente estão funcionando bem e em equilíbrio, como a produção hormonal, a absorção de nutrientes e a própria tireóide (glândula que fica no nosso pescoço e que produz hormônios que regulam vários sistemas).
O ciclo menstrual como um todo é um sinal de saúde, e não apenas o sangue menstrual.
Sangrar é apenas uma pequena parte de todo o mecanismo do ciclo.
Conhecendo nossos padrões de ciclo menstrual, de menstruação e o que é habitual para o nosso corpo, podemos usar estes sinais como indicadores primários de saúde e adquirirmos sensibilidade de perceber quando algo diferente está acontecendo - tendo a consciência, claro, de se tratar de um indicador, e não uma garantia de saúde que dispense atenção médica regularmente ou quando necessário.
Pra mim, menstruar é difícil...
Considerando isso, possíveis problemas relacionados ao ciclo menstrual e à menstruação, como cólicas muito dolorosas, fluxo extremamente intenso e/ou ciclo bastante irregular (com mais de 10 dias de diferença um para o outro) geralmente são indicativos de situações mais ‘profundas’ que precisam de investigação. Muitas vezes, esses indicativos são negligenciadas, como se sentir dor fosse ‘normal’ ou intrínseco às pessoas que menstruam. Não é! É importante que isso não seja aceito e naturalizado por nós.
Sendo assim, o caminho para o autoconhecimento (ou seria o autoconhecimento o próprio caminho?) é longo e contínuo. Consiste em buscar boas informações e prestar atenção em si mesma - nos detalhes.
Anote seus dados!
A começar pelo ciclo menstrual, uma boa dica é ter um diário para anotar informações sobre o fluxo, sua cor, consistência e intensidade; emoções e sintomas, como maior fome, cólicas e alterações de energia e humor ao longo de todo o ciclo menstrual; e sobre sinais de fertilidade, se você percebê-los.
Conhecimento é poder! E o autoconhecimento pode ser mais poderoso ainda.
Se toque, se ame, se cuide.