O anel vaginal pode ser uma opção para prevenir a gravidez de forma hormonal. Embora desconhecida por muitas pessoas, tem eficácia de 99% em uso perfeito e 91% em uso típico.
Usá-lo pode ser tão fácil como um protetor menstrual interno, por exemplo. E uma vez inserido, tem efeito de 21 dias e requer manutenção mensal.
Além disso, seus efeitos colaterais podem ser menos intensos em relação à pílula anticoncepcional. Se você ficou curiosa para aprender tudo sobre essa opção, siga aqui com a gente!
O que é anel vaginal?
O anel vaginal é um contraceptivo hormonal. Diferente de opções injetáveis ou consumíveis, ele é um objeto circular que é inserido no canal vaginal. Durante sua ação, vai liberando hormônios que impedem a ovulação e, portanto, a gravidez.
Em forma de anel e de material de silicone, ele é pequeno, discreto e flexível. Não deve gerar nenhuma dor ou desconforto. Portanto, bem colocado, deve ficar imperceptível.
Para inseri-lo, você precisa dobrá-lo em formato de um 8. Quando ele estiver fundo, irá se abrir e se acomodar no fundo do saco vaginal. Nesse momento, irá iniciar sua ação hormonal de maneira gradual e constante.
Para que serve o anel vaginal?
O anel vaginal é apenas uma (de muitas!) opção para evitar a gravidez.
Os métodos para evitar uma gestação podem ser hormonais ou não hormonais. Nesse sentido, o anel é hormonal porque libera hormônios sexuais femininos (estrogênio e progestagênio) para contracepção.
Os métodos via hormônios também são procurados por mulheres que possuem cólicas menstruais e fluxo intenso. De forma simplificada, a ação hormonal acaba diminuindo o fluxo menstrual e alguns desconfortos.
Além disso, erroneamente, algumas mulheres acreditam que o uso de contraceptivos hormonais “regula” o ciclo menstrual. No entanto, o que ele faz é interromper o ciclo (período fértil, ovulação, menstruação) durante o uso. Leia mais aqui.
Anel vaginal eficácia
Para falar sobre a eficácia de qualquer método, primeiro, você deve ter em mente: não existe um método contraceptivo 100% eficaz contra a gravidez.
Na verdade, o único método 100% seguro é evitar o contato entre pênis e vagina. No entanto, os métodos contraceptivos hormonais apresentam alta eficácia e isso está relacionado com o uso típico desses métodos ou o uso ideal ou perfeito.
Basicamente, o uso típico considera que nós, como humanos, temos tendência a errar. Ou seja: a maioria de nós não utiliza os métodos contraceptivos da maneira que eles foram pensados para serem usados. Já o uso perfeito, sendo mais raro, trata-se do uso adequado daquele método.
Nesse sentido, o anel vaginal apresenta uma taxa de falha de 9% no uso típico e 91% de eficácia. Já seu uso ideal tem 0,3% de falha e 99,7% de chance de eficácia. Para entender melhor sobre uso típico e perfeito, leia este texto aqui.
Anel vaginal: como funciona?
O anel vaginal é um dispositivo que contém hormônios sexuais femininos, especificamente o estrogênio e o progestagênio. Quando inserido no canal vaginal, imediatamente libera essas substâncias para corrente sanguínea.
Nesse processo, essas substâncias sintéticas interrompem a ovulação e engrossam a mucosa vaginal. Sem ovular não há como um óvulo ser fecundado e o muco cervical espesso impede que o espermatozoide encontre um óvulo, caso ele esteja presente.
Para usá-lo, basta inseri-lo no canal vaginal. Ele deve permanecer lá por 21 dias. Após esse período, é necessário descartá-lo e realizar um intervalo de 7 dias. Em seguida, basta inserir um novo anel vaginal e repetir o processo mensalmente.
Quando começar a usar o anel vaginal?
Por aqui, gostamos de destacar a importância da autonomia. Para isso, é claro, é necessário ter informações básicas e seguras que permitam essa escolha. Tendo conhecimentos sobre cada método contraceptivo e seus efeitos, a opção cabe unicamente a você.
Em outras palavras, o melhor método contraceptivo é o que se adapta ao seu estilo de vida e a sua escolha. É claro que em casos de contraindicações, um médico ou médica de confiança pode te auxiliar nessa decisão.
Nesse sentido, não existe um protocolo que indique que o anel vaginal é para você. São seus hábitos, sua rotina, afinidade com o método e condições de saúde que irão responder a essa questão, combinado?
Precisa de receita médica para comprar o anel vaginal?
Como é um medicamento, para usar um anel vaginal é necessário ter uma prescrição médica. Significa dizer que fazendo a escolha de usar um anel, você deverá procurar um médico ou médica da sua confiança.
Esse protocolo diz respeito a orientações de validade do produto, formas de uso e os cuidados que farão você fazer o uso perfeito e não típico do método. Viu só que beleza?
Além disso, existem algumas contraindicações envolvidas. Como, por exemplo, condições de diabetes, pressão alta, câncer de mama, tumor no fígado, hemorragias, etc.
Leia também: Exames de rotina? Quais devo fazer?
Anel vaginal vantagens e desvantagens
Uma das vantagens do anel vaginal em relação à pílula anticoncepcional, por exemplo, é a praticidade. Enquanto a pílula precisa de uma certa rotina, para evitar esquecimentos, o anel fica inserido na vagina pelos 21 dias e você não precisa se preocupar com nada.
Outro ponto interessante a ser avaliado é que seu efeito é via vaginal. Por não passar pelo fígado - como a pílula - ele gera menos problemas digestivos. Em outras palavras, você experimenta menos efeitos colaterais como um todo.
Ainda, é necessário ressaltar que não existem muitos “contras” do anel em relação a outras opções hormonais. Certamente, ele é uma das opções mais vantajosas. Por outro lado, o que você deve se atentar é que todos os contraceptivos hormonais podem ter efeitos colaterais.
Entre eles, uma queixa constante das mulheres é a falta de lubrificação vaginal e a queda da libido. Da mesma forma, o uso do anel vaginal pode estar relacionado a alterações de peso, náuseas e dores de cabeça. Nada que outros anticoncepcionais hormonais já não causem.
Anel vaginal valor
Você pode encontrar um anel vaginal na maioria das farmácias do país. Seu preço pode apresentar alguma variação, mas no geral, custa cerca de R$80,00. Você o encontra com o nome do fabricante, “Nuvaring”.
Vale ressaltar que o anel vaginal não é fornecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Portanto, é possível adquiri-lo somente nas redes privadas.
Efeitos colaterais do anel vaginal
Nossos organismos são diversos e, portanto, os possíveis efeitos colaterais de hormônios sintéticos também são. A experiência de uma pessoa não necessariamente será igual a sua, correto?
Dito isso, o uso de anel vaginal está relacionado a alguns efeitos colaterais, sobretudo no início do seu uso. Como, por exemplo, náuseas, dores de cabeça, coceiras, dor de barriga e corrimentos.
Os anticoncepcionais hormonais em geral também podem afetar o apetite e a retenção de líquidos - o que pode acarretar aumento de peso. Além disso, queixas de diminuição do desejo sexual são frequentes.
Anel vaginal: riscos e contraindicações
O anel vaginal é uma das muitas opções de contraceptivos, que podem ser hormonais ou não.
No quesito praticidade, ele faz parte da lista de métodos que não exigem um acompanhamento diário, assim como DIUs, implantes e injeções.
Entre esses, os DIUs e implantes têm um tempo de contracepção a longo prazo, sem precisar de manutenção de 3 a 10 anos.
Na hora de fazer a sua escolha, pense na sua rotina, em como os cuidados necessários para cada versão irão se encaixar e, claro, nos efeitos de cada método.
Anel vaginal: cuidados e precauções
Antes de começar a usar um anel vaginal, o primeiro passo é buscar orientação de um profissional da saúde para discutir se essa é uma opção adequada para você.
Lembre-se de ler e seguir as instruções do fabricante. É super importante entender como inserir, remover e substituir o anel vaginal.
- Marque da melhor forma possível o dia e o horário que o anel deve ser trocado, para evitar falhas de uso;
- Lave bem as mãos antes de inserir ou remover o anel para evitar a introdução de bactérias na vagina;
- Alguns medicamentos podem interagir com a eficácia do anel vaginal, então informe ao seu médico sobre todos os remédios e suplementos em uso;
- Esteja atenta a quaisquer reações adversas, como irritação vaginal, corrimento ou dor abdominal - e procure ajuda médica nesses casos.
Anel vaginal: efeitos no corpo
Assim como a pílula anticoncepcional e outros métodos hormonais, o anel vaginal inibe a ovulação.
O muco cervical se torna mais espesso no intuito de dificultar a passagem de espermatozoides pelo colo do útero.
Pela supressão do ciclo menstrual, a menstruação é substituída por sangramentos por privação.
Em comparação, esses sangramentos tendem a acontecer de forma mais regular e em fluxo reduzido.
Anel vaginal: como colocar?
Na hora de colocar o anel vaginal, tenha como primeiro passo higienizar bem as mãos. Afinal, você vai precisar inserir seus dedos na vagina.
Como segundo passo, encontre uma posição confortável. Você pode testar em pé ou com uma das pernas apoiadas numa superfície.
Depois disso, dobre seu anel vaginal. Da mesma forma que você dobraria um coletor menstrual, por exemplo. O ideal é que ele forme um 8.
Agora é só inseri-lo. Você vai perceber que o seu canal vaginal não é reto, e sim curvado. Quando sentir uma pequena elevação o encaixe ali. Ele irá se abrir e não terá mais por onde entrar (não se preocupe, amiga, você não tem como perder nada dentro da sua vagina).
Anel vaginal inserido no corpo. Reprodução: www.obgynecologistnyc.com
Quantos dias devo ficar com o anel vaginal?
Quando falamos em anel vaginal, é necessário guardar bem essa informação: 21 dias!
Você deve usar o mesmo anel vaginal por exatamente 3 semanas, retirando o objeto no mesmo dia e horário que o inseriu 21 dias antes.
Depois disso, vem uma pausa de 7 dias. E assim você pode seguir o uso. Mas atenção: após os 21 dias, você precisa descartar o anel anterior e colocar um novo, ok? Em hipótese alguma use o mesmo anel.
Anel vaginal: como tirar?
É fácil tirar um anel vaginal! Primeiro, siga os mesmos passos de quando o inseriu. Lave bem as mãos e encontre uma posição confortável.
Com o dedo indicador, faça o formato de um gancho e o insira na vagina. Mova seu dedo para baixo e para cima até encontrar o anel. Ele irá sair facilmente.
O que fazer se o anel vaginal sair?
É possível que o anel se desloque e saia da vagina involuntariamente. Se isso acontecer com você, sem pânico! Você pode tomar algumas ações dependendo das horas em que ele ficou fora da vagina.
Basicamente, se ele saiu em menos de 3 horas, basta lavá-lo e inseri-lo novamente. Se essa é sua primeira ou segunda semana de uso, fique atenta às relações entre pênis e vagina durante o período, pois há risco maior de gravidez.
No caso de passar mais de 3 horas e você não estiver na fase de adaptação (primeira ou segunda semana de uso), é recomendado descartar o anel e inserir um novo. Busque usar seu método com todos os cuidados e não deixe de conversar com um especialista se necessário.
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