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Parei de tomar pílula, e agora? Ep. 3

Parei de tomar pílula, e agora? Ep. 3

"Parei de tomar pílula, e agora?" é uma nova série do blog Herself na qual eu conto, na forma de relato, sobre o meu processo de parar de tomar anticoncepcional.

Eu já contei no primeiro episódio sobre como comecei a tomar a pílula com 16 anos de idade e sobre os motivos e sintomas que me fizeram ter vontade de parar. No segundo episódio falei sobre como me preparei para isso e sobre como escolhi outro método contraceptivo. No episódio de hoje (último da série) vou contar como foi meu primeiro mês pós-pílula e como foi minha primeira menstruação.

É importante dizer, antes de começarmos, que esse relato não tem como objetivo te dizer o que você deve fazer, nem realizar julgamento sobre o que é certo ou errado. Esse relato tem como objetivo compartilhar experiências e informações para que assim possa descobrir o que é melhor para você!

Vamos juntas?

_____________

O primeiro mês sem pílula anticoncepcional:

Nos primeiro dias após parar de tomar a pílula eu não senti nada de diferente, exceto uma sensação de que estava esquecendo de algo, que me vinha algumas vezes ao dia. Aí eu me lembrava "não tomei a pílula ontem" e meu cérebro dizia "mas tá tudo bem, nós que escolhemos isso". Levou algumas semanas até eu parar de me lembrar de tomar a pílula diariamente. Veja: eu a tomei durante 10 anos todos os dias, é natural que continuasse me lembrando de tomá-la, nosso organismo demora um tempo até se acostumar a novas rotinas (mais precisamente 21 dias, sugerem alguns estudos).

Na segunda e terceira semana eu comecei a me sentir um pouco diferente, eu comecei a sentir mais as coisas. Ao passar a mão pelo meu braço, pude sentir a sensação da ponta dos meus dedos tocando minha pele de uma forma que eu não sentia antes. Foi como se eu estivesse sentindo através de um novo nível de percepção.

Emocionalmente também tive essa impressão: eu conseguia sentir uma camada a mais de profundidade, começou de forma leve e foi aumentando com o passar dos dias. Ainda era eu, mas agora era uma eu mais sensível e intuitiva. Essa sensibilidade começou a me levar para mais perto da minha intuição: passou a ser mais fácil ouvi-la (aquela voz interior que de vez em quando se manifesta pra nos apontar um caminho, sabe?).

Desde pequena eu tenho consciência da minha sensibilidade (hoje em dia uso ela para expressar meus sentimentos no meu trabalho, através da escrita). Muitas vezes a minha sensibilidade me trouxe confusão e intensidade. Essa sensibilidade que comecei a sentir quando parei de tomar a pílula anticoncepcional, ao contrário disso, me trouxe mais clareza e conexão comigo mesmaEu comecei a me ouvir melhor.

Quando eu digo "me ouvir melhor"o que eu quero dizer é: passei a ter mais consciência das necessidades do meu corpo (exercício, alimentação, descanso). Agora tinha uma vozinha ali que falava mais alto, me chamando atenção para o meu ciclo, que começava a se manifestar.

No primeiro mês tudo isso foi bastante confuso, pois eu não tinha a menor consciência de como funcionava o meu ciclo menstrual, nem das oscilações que iria sentir de acordo com cada fase dele. O que me ajudou muito foi usar a Mandala Lunar (uma agenda de autoconhecimento para mulheres com base no ciclo da lua). Nela eu comecei a anotar as minhas sensações, sentimentos e percepções. Anotava também que dia eu estava do meu ciclo, para com o tempo ir comparando e encontrando padrões de acordo com cada período.

Nesse primeiro mês eu não senti grandes mudanças na minha pele (quando adolescente eu tinha bastante espinhas e tinha bastante medo que elas voltassem ao parar de tomar a pílula). Percebi que a minha pele ficou um pouco mais oleosa, mas a acne não apareceu.

Assim que parei de tomar a pílula eu comecei a tomar óleo de prímula + óleo de linhaça. Nas minhas pesquisas vi que muitas mulheres usavam para ajudar a regularizar o ciclo e também para prevenir acne hormonal. Eu continuei tomando por 6 meses após parar de tomar a pílula. Depois desse tempo, decidi parar porque entendi que meu corpo já estava regulado novamente.

Minha primeira menstruação após parar de tomar a pílula:

Ela não veio no primeiro mês, nem no segundo, nem no terceiro. Minha primeira menstruação veio no quarto mês após a retirada da pílula. Se eu fiquei nervosa com isso? Bastante, mas li que podia acontecer de não ovular (a menstruação não vem porque não ovulamos) até 1 ano após parar a pílula. Então eu respirei fundo, usei o método contraceptivo que escolhi direitinho (camisinha) e conversei com meus ovários. Isso mesmo: troquei altas ideias com eles, dizendo que tudo bem se demorassem um pouco para ovular, que eu iria esperar, que estava tudo bem e que eles podiam ovular quando estivessem prontos. Parece bobagem, né? Mas eu acredito que nosso corpo nos escuta e pra mim é bem importante conversar comigo mesma e respeitar meu tempo interior.

Depois de conversar com meu corpo, acordei um dia de manhã e me lembrei do meu sonho naquela noite: eu tinha sonhado que tinha ovulado. Anotei na minha Mandala Lunar o sonho e segui meu dia.

No final do terceiro mês pós-pílula, eu tive um lapso de raiva. Comecei a esbravejar bastante e passei alguns dias me sentindo irritada e explosiva. Demorei alguns dias até perceber que se tratava do período pré-menstrual. Com a pílula tudo fica muito constante, e eu não sentia nenhuma oscilação ao longo do meu ciclo, então nem me conhecia com TPM. Conversei com uma amiga e cheguei a conclusão que só podia ser isso. Conversei também com um amigo, educador físico, e ele me disse que como passei muitos anos com a pílula, meu corpo não estava mais acostumado com a quantidade de testosterona que eu passei a produzir pós-pílula e que era normal eu sentir essa irritação mais intensa, porque precisava me acostumar novamente com as sensações que a testosterona produz.

Junto com a irritação, minha libido e lubrificação também começaram a aumentar. Outro sinal de que meu corpo já estava produzindo mais testosterona novamente.

Eu pensava quase todos os dias "será que é hoje que vou menstruar"? E sabia que quanto mais eu pensasse nisso, mais demoraria para vir. Então me esforçava para me distrair e dar o tempo necessário ao meu corpo para sangrar.

Um dia eu acordei de manhã, fui no banheiro e vi meu sangue: vermelho e lindo. Foi um dia muito feliz, eu saí comemorando pela casa e falando bem alto: EU ESTOU SANGRANDO. Me dei conta do quanto minha relação com meu ciclo menstrual realmente estava mudando. Eu me vi comemorando algo que antes eu tomava comprimidos para que não acontecesse. Descobri que eu sangro por 3 dias, bem menos do que quando fazia a pausa do anticoncepcional. E descobri também que meu sangue é um adubo maravilhoso para plantas e que me sinto muito bem quando o devolvo para a terra.

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Meu ciclo menstrual atualmente:

Mês que vem vai fazer 1 ano que parei de tomar a pílula anticoncepcional.

Meu ciclo menstrual ainda não é regulado: às vezes tem duração de 45 dias, às vezes de 36 dias. Pelas minhas pesquisas isso é bem comum, pode demorar alguns anos mesmo até nosso corpo se adaptar novamente ao seu ciclo natural.

Conversar com outras mulheres, usar a Mandala Lunar e as calcinhas menstruais foram as coisas que mais me ajudaram a conhecer meu novo ciclo. Comecei a perceber a diferença de cada uma das fases dele: fase pré-ovulatória, fase ovulatória, fase pré-menstrual e fase menstrual. Também descobri que dependendo da fase da lua em que eu menstruo eu me sinto diferente.

Não são todos os dias que são fáceis: algumas TPM's me derrubam e me fazem questionar todo o processo, aí eu respiro fundo, leio sobre o assunto e converso com minhas amigas. Descobri que até as irritações da TPM têm um motivo para acontecer: nos mostrar tudo aquilo que aguentamos ao longo do nosso ciclo inteiro e que agora não aguentamos mais. Essa fase vem para nos ajudar a resolver aquilo que não foi resolvido.

As espinhas também começaram a aparecer na TPM (acho que tiveram seu pico no sexto mês e agora estão diminuindo). No momento eu estou fazendo acompanhamento dermatológico e usando uma pomada para acne que está ajudando bastante. Se você está enfrentando problemas com acne é bem importante buscar ajuda de uma dermatologista, para saber qual é o tratamento mais indicado para você.

Eu continuo todos os dias meu processo de autoconhecimento. Descobrindo que mulher sou, quais as minhas necessidades e como funciona meu tempo interior. Continuo anotando minhas sensações na Mandala Lunar a cada novo ciclo, assim entendo melhor minhas oscilações e o que preciso em cada uma das fases em que elas se apresentam.

Pra mim foi um caminho novo de autoconhecimento que se abriu e estou muito feliz por poder trilhá-lo, com minhas oscilações, com meus hormônios e com tudo o mais que me acompanha, porque nesse caminho me sinto mais eu.

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Me conta o que você achou dessa série e compartilha comigo a sua experiência. Vou adorar aprender com o seu relato também <3
Seguimos juntas.

Com carinho, Fran.

@franbitten

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