Você sabe quantos absorventes usamos por ano? Não?
Pois hoje vamos colocar os números na ponta do lápis e mostrar que as calcinhas menstruais, além de serem melhores para o meio ambiente, também são ótimas para o seu bolso.
Quantos absorventes usamos por ano?
Conforme estudo do Atlas do Plástico (2020), as mulheres brasileiras usam, em média, 20 absorventes por mês. Sendo assim, em um ano, é possível que elas usem até 240 unidades deste produto.
É verdade que essa pesquisa apresenta uma média — por isso algumas mulheres usam menos, outras mais. Entretanto, mesmo que numa estimativa, os números já são assustadores. Ainda mais quando consideramos o impacto ambiental envolvido. Pasme: durante toda a vida fértil, você pode gerar até 150 kg de lixo, como veremos a seguir.
Quantos absorventes é normal usar por dia?
Bom, considerando que as mulheres usam cerca de 20 absorventes por mês e menstruam em média por 5 dias, podemos constatar ser comum usar no mínimo 4 absorventes descartáveis por dia. Porém, quando olhamos para a indicação de especialistas, esse número é ainda mais alto.
Segundo ginecologistas, é indicado trocar de absorventes até 4 horas de uso. Embora o número não seja um consenso, essa média é uma recomendação para evitar a proliferação de bactérias. Para quem tem o fluxo intenso, esse tempo de uso também pode fazer sentido. Por isso, calcula-se que algumas pessoas usem até 6 absorventes por dia.
Quantos absorventes usamos na vida?
Seguindo esse mesmo cálculo, de cerca de 240 absorventes ao ano, durante toda vida fértil, as mulheres usam até 9600 protetores descartáveis.
Essa estimativa considera o período da menarca (primeira menstruação) até a menopausa, em 39 anos. Em geração de plástico, 9600 absorventes equivalem a 150 kg de lixo. Chocante, não?
Cálculo de economia de absorventes com as calcinhas menstruais
Por aqui, acreditamos na calcinha menstrual como uma alternativa mais ecológica e saudável. Por isso, iremos comparar sua economia em relação aos absorventes descartáveis.
Primeiro, já adiantamos que elas podem impactar menos no seu bolso. Sim! Se num primeiro momento o preço de uma calcinha menstrual assusta, saiba que você pode economizar a longo prazo.
Considerando que cada absorvente custa em média 60 centavos, em um ano você gastaria cerca de R$144,00. Em 3 anos, o número pula para R$432,00!
Cálculo consumo médio dos absorventes comparado ao uso das calcinhas
Então vamos ao cálculo das calcinhas! O preço da Tanga, nossa calcinha para todos os fluxos mais em conta, é R$89,00. Se você garantir 3 unidades (o recomendado para passar um ciclo com mais tranquilidade) estamos falando de R$267,00. Ou seja, uma economia de cerca de R$165,00 em relação aos descartáveis. Confira a imagem abaixo:
Qual o impacto do uso de absorventes descartáveis para a saúde da mulher e para o planeta?
Antes de tudo, você precisa saber que um absorvente descartável não é feito somente com plástico e algodão. Ele, na verdade, é produzido por matérias-primas processadas (papel, celulose, polietileno) e matérias-primas fósseis.
Junto disso, há componentes químicos não só do próprio plástico, como também de perfumes sintéticos cujo objetivo é esconder o mau cheiro do contato da menstruação com o oxigênio. Embora muitas pessoas pensem que a menstruação é fétida, isso não é verdade. Pelo contrário: é o contato do sangue menstrual com esses químicos que gera odores. Portanto, esses perfumes tentam amenizar isso.
O fato é que essa composição dos descartáveis pode gerar alergias e irritações na pele de muitas mulheres. A longo prazo, a interação com esses químicos também pode provocar doenças.
Do ponto de vista climático, o uso dos absorventes também é problemático. Como aponta o Atlas do Plástico (2020), os produtos descartáveis acabam em aterros sanitários, fontes de água, do mar e sistemas de esgoto.
Quanto tempo o absorvente descartável demora para se decompor?
Os absorventes podem levar mais de 400 anos para se decompor, segundo dados do Instituto Akatu. Isso significa que todos os absorventes que você já usou ao longo da vida ainda estão no meio ambiente.
Isso ocorre por diversos motivos: a junção do plástico com outras matérias-primas dificulta uma degradação. Especificamente no Brasil, onde temos uma crise na gestão de resíduos e dos lixões e aterros sanitários, a situação é ainda mais agravante.
A composição dos absorventes também são parte do problema. Todos aqueles componentes químicos que citamos, quando chegam em aterros sanitários, emitem Gases de Efeito Estufa (GEE). Diante do colapso climático que vivemos, é necessário pensar em alternativas de consumo mais responsáveis para o planeta.
Não por acaso, a ONU alertou que se as emissões de GEE se mantiverem como estão atualmente, os impactos às pessoas e ao planeta serão irreversíveis. Contudo, as mudanças climáticas já são uma realidade.
A Fundação Internacional Ellen Macarthur já apontou a Economia Circular como uma das medidas para conter o aumento da temperatura global. É aí que entram os produtos circulares. Isto é: produtos ecológicos, pensados desde o design para serem reciclados ou reinseridos como matéria-prima para produção. Nesse sentido, as calcinhas menstruais e os absorventes tecnológicos, quando produzidos numa lógica de circularidade, são mais sustentáveis.
Sugestões de leitura:
Mudança climática: do aquecimento da Terra ao colapso ecológico
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Como economizar no uso de absorventes?
Se você tem o fluxo intenso ou não quer colocar em risco sua saúde íntima, usar absorventes por mais horas — e, assim, reduzir seu uso — pode não ser uma boa opção. Em vez disso, teste outros protetores, mais saudáveis e que impactam menos o meio ambiente.
Para quem prefere protetores internos, o coletor menstrual é uma alternativa. Com material de silicone, ele é inserido no colo do útero e coleta o sangue. Em geral, a troca é feita conforme a intensidade do fluxo menstrual, até 12 horas. Depois disso, é só descartar o sangue, higienizar o copinho e inseri-lo novamente. Ele dura cerca de 2 anos, portanto, é uma opção mais sustentável.
Agora, se você é do time dos protetores externos, um absorvente de tecido pode ser o ideal. Esqueça o pré conceito de “paninhos da vovó”, viu? Já existem opções de absorventes tecnológicos, super inovadores. Pelo formato anatômico, eles se moldam na calcinha de forma confortável. Depois de algumas horas, basta realizar a troca, da mesma forma que os absorventes tradicionais.
3 principais dúvidas sobre calcinhas menstruais respondidas
O uso de calcinhas menstruais ainda possui algumas dúvidas. Por isso, respondemos elas abaixo:
Como funciona uma calcinha menstrual?
Basicamente, ela funciona como uma calcinha normal, o que muda é a tecnologia. Os tecidos da calcinha recebem um tratamento tecnológico, tanto para a questão da absorção necessária, quanto para que ela seja 100% higiênica e segura.
Por isso, você não fica exposta a fungos e bactérias (os microrganismos que causam o mal cheiro presente nos produtos descartáveis). Esse tratamento, então, garante toda a funcionalidade necessária para você passar seus dias de forma mais tranquila.
O tecido em contato com a região íntima é 100% algodão, o mais indicado por ginecologistas. A camada interna, por sua vez, possui tecnologia antimicrobiana, evitando odores. Já os tecidos externos também recebem um tratamento para repelir o sangue e não deixar que ele saia da peça.
Quando estiver menstruada, basta vestir a calcinha. Após algumas horas de uso, é só trocar por outra. Ela é lavável, reutilizável e possui alta durabilidade.
Quantas calcinhas menstruais preciso ter?
Bom, como mencionamos acima, 3 calcinhas são o mínimo necessário para passar o período menstrual com mais tranquilidade. Na prática, isso depende da intensidade do seu fluxo menstrual, rotina e condições climáticas da sua cidade.
Isso ocorre porque se você usa contraceptivos hormonais, por exemplo, e tem pequenos escapes ao longo do mês, talvez use apenas 2 calcinhas. Já se você tem o fluxo intenso, e assim que trocar sua peça já vai lavá-la para vestir outra, com 3 peças já pode dar super certo.
Agora, se você vive numa cidade mais úmida, chuvosa ou não terá um espaço para elas secarem tão rápido após a lavagem, pode apostar em 4 calcinhas. Comece seu teste com 3 para avaliar como funcionará para você.
Qual a durabilidade de uma calcinha menstrual?
As calcinhas menstruais da Herself duram cerca de 3 anos! Para garantir essa durabilidade, basta tomar alguns cuidados. Como, por exemplo, lavar as suas peças sempre à mão. Além disso, não as deixe em cestos de roupas sujas por mais de 12h.
Você também não deve deixá-las secar em ambientes úmidos. Assim, você terá suas calcinhas em perfeito estado por bastante tempo. Quando elas não servirem mais para a menstruação, basta usá-las como calcinhas “normais”, do dia a dia.