Saúde íntima feminina: será que é tão complicado assim?
Corrimentos, coceira e candidíase são alguns problemas que podem ser evitados por meio da saúde íntima. Essa prática de bem-estar promove cuidado, segurança e evita complicações pra lá de incômodas. Por isso, amiga, relaxa! Cuidar da saúde íntima não é trabalhoso e nem precisa ser um tabu. Confira as dicas abaixo:
O que é saúde íntima feminina?
A saúde íntima feminina diz respeito a todas as práticas e cuidados com as regiões íntimas que promovem mais bem-estar. Aqui nesse texto estamos dando foco às pessoas que têm vulva e vagina, sejam essas pessoas mulheres ou não.
Mas, antes de tudo, saúde íntima é sobre autocuidado. A maneira como você observa seu corpo, descobre sua vulva e mantém hábitos de atenção a si mesma são o primeiro passo para uma vida saudável. Ter interesse nas fases do seu ciclo, observar as secreções diárias — e naturalizá-las — pode te ajudar!
Da mesma maneira, a higiene é fundamental. E ela não é sobre “manter limpo” algo que é “sujo”, ok? Como já falamos aqui, vulvas e vaginas são vistas socialmente como sujas. Desmistificar esse conceito faz com que a higiene seja mais assertiva, natural e sem neuras.
Afinal, urina, sangue, secreções, suor, tudo passa por ali. Por isso, você estará apenas lavando a sua vulva, como qualquer outra parte do corpo, não é mesmo?
Qual a importância de cuidar da saúde íntima feminina?
Cuidar da saúde íntima é uma maneira de autoconhecimento, que pode ser repleta de descobertas. Ela é tão essencial quanto escovar os dentes ou tomar banho. Aliás, não vale praticar skincare e não cuidar da saúde íntima, já parou para pensar?
Esse autocuidado impacta diretamente na nossa autoestima, que é muito influenciada pelas imposições sociais. Hoje, o Brasil é líder na prática de cirurgias plásticas. Dentre essas cirurgias, os procedimentos para a vulva e vagina têm ganhado destaque. Na maioria dos casos, a motivação é apenas estética. Portanto, fica evidente que odiar nossas vulvas e querer mudá-las é um prato cheio para o mercado que vai vender soluções. O desconhecimento do próprio corpo é um dos principais fatores para que essas práticas ocorram.
Para além desses motivos relacionados à autoestima, quando pensamos em evitar mau cheiro, coceiras ou infecções, a saúde íntima é essencial.
A candidíase, por exemplo, é uma infecção muito comum. Apesar de ser causada, geralmente, por imunidade baixa ou uso de antibióticos, bons hábitos de saúde íntima também evitam que essa infecção aconteça.
Como melhorar a saúde íntima feminina?
Bom, primeiro, é necessário saber como fazer o asseio corretamente. Você deve começar pelas virilhas, lavando cada lado com água e sabão em abundância. Depois, lave toda a região externa, também com água e sabão. Em seguida, passe os dedos no clitóris e dentro dos lábios externos. Remova toda gordura ou a secreção de aspecto branco que pode ficar por ali.
Já a vagina — região interna — não deve ser lavada. Você já deve ter ouvido falar no PH vaginal, um ácido característico, que funciona como uma barreira protetora de infecções e desequilíbrios. Por esse motivo, a vagina é autolimpante e não deve ser lavada (nem com água, tá?). Repita esse processo todos os dias, sobretudo se estiver menstruada.
Além disso, dê preferência aos sabonetes líquidos, uma vez que a barra — normalmente passada em outros lugares do corpo — pode contaminar a região da vulva. Caso você sinta vergonha ou estranheza em tocar o seu corpo é possível exercitar esse momento usando um espelhinho para se conhecer. Bora começar?
Alimentos para saúde íntima feminina
A alimentação é essencial para a saúde em todos os sentidos! Quando falamos em saúde íntima, muitos nutricionistas indicam probióticos. Eles são estudados como aliados para manter o equilíbrio da flora digestiva e vaginal, fortalecendo as defesas naturais.
Outra aliada pode ser o mirtilo, conhecido também como blueberry, que é uma fruta rica em antioxidantes, vitaminas e fibras. Ela também tem sido estudada como benéfica para evitar as infecções urinárias de repetição.
Aliás, todas as frutas e verduras são favoráveis a saúde, uma vez que são repletas de vitaminas que o corpo inteiro precisa. Dessa maneira, as vitaminas cuidam da integridade de todas as mucosas e da pele.
Saúde íntima feminina: sinais de atenção
Bom, como dito acima, o asseio da vulva, sobretudo nos lábios inferiores e ao redor do clitóris são as atividades que precisam ser feitas diariamente para manutenção da saúde.
Nosso corpo fala e sintomas como coceira, ardência e mau cheiro são indicativos de que algo em nosso corpo não vai bem — e, por isso, é necessário observar se há corrimentos vaginais e a possibilidade de ir a uma ginecologista.
Leia aqui nosso texto sobre o tema.
Além disso, se você tem o hábito de limpar a vulva de trás pra frente: pare agora mesmo! Essa prática facilita que bactérias da região do ânus cheguem a vagina e possibilita infecções. Ao ir ao banheiro, limpe-se sempre de frente pra trás para evitar que essas complicações ocorram.
3 erros que atrapalham a saúde íntima feminina
- Lavar excessivamente a vulva. Se de um lado algumas pessoas não dão atenção ao asseio íntimo, outras pecam pelo excesso de produtos agressivos à vulva! Então dê preferência a sabonetes líquidos neutros ou sabonetes íntimos sem perfumes. Sim, você não precisa passar mil produtos na vulva para mantê-la limpa! Usar soluções “naturais” como alho ou iogurte também vai se recomendar.
- Usar roupas apertadas que abafam a região íntima. Ai, aquela calça skinny jeans…em alguns dias do inverno é compreensível, mas todo dia não dá! Aproveite o verão para usar roupas mais soltinhas e leves. Calças jeans muito apertadas abafam a região íntima causando suor em excesso. Por isso, deixe a ppk respirar sempre que puder!
- Fazer ducha vaginal. A ducha consiste numa lavagem interna com produtos antissépticos ou íntimos. Embora muitas pessoas pensem que essa prática é eficaz, como aprendemos aqui, a vagina nunca deve ser lavada. Essa prática, portanto, altera o PH vaginal e, dependendo dos produtos usados, pode causar alergias e infecções.
Saúde íntima feminina e coletor menstrual: qual a relação?
E o coletor menstrual nessa história: faz bem ou mal para saúde íntima? Conhecido popularmente como copinho, o coletor menstrual é uma opção de protetor interno mais sustentável em relação às opções descartáveis — seu material é de silicone e ele pode durar cerca de 3 anos.
No quesito saúde, vamos indicar o coletor menstrual. Isso porque, se utilizado corretamente, não promove o aumento de microrganismos. Da mesma forma, ele não altera o PH vaginal e nem a flora vaginal. Seu material é hipoalergênico e muito seguro para quem é adepta da opção.
Porém, como todo protetor, é necessário ter algumas precauções. Como manuseá-lo com as mãos limpas, mantê-lo bem higienizado e não usá-lo por mais de 12 horas.
Além disso, o copinho pode ser usado em conjunto com a calcinha menstrual, sabia? Essa é uma prática recorrente de quem tem o fluxo bem intenso e precisa ficar segura por mais horas seguidas. Se quiser saber as vantagens e desvantagens entre o coletor e a calcinha menstrual, confira nosso texto sobre o assunto