Perdida com tantos termos sobre menstruação e ciclo menstrual (e qual a diferença dos dois?) Prepara aí que temos a solução: elaboramos o GLOSSÁRIO DA MENSTRUAÇÃO SEM NEURAS!
Um glossário é uma lista de palavras, geralmente em ordem alfabética, com as respectivas definições destas ao lado.
Já o SEM NEURAS é uma inspiração e referência à Ana da @vaginasemneura, que faz um maravilhoso trabalho em função do autoconhecimento e da autoestima das mulheres. Como não amar, né?
Como funciona a menstruação?
Menstruação é o desprendimento da mucosa uterina (endométrio) que resulta num sangramento vaginal menstrual.
Ocorre no período da puberdade até a menopausa em pessoas não grávidas e que não usam anticoncepcionais hormonais. É um processo cíclico, que ocorre sempre após a ovulação.
Qual a duração da menstruação?
O período de fluxo menstrual geralmente dura entre 3 e 5 dias, podendo durar até cerca de 8 dias dentro do considerado “normal”.
O que é uma menstruação desregulada?
Menstruação desregulada é um termo usado, geralmente, para se referir a um ciclo menstrual irregular – que possui uma variação de mais de 20 dias entre um ciclo e outro.
Entretanto, tenha em mente que essa ideia ainda envolve muita confusão: por vezes, uma mulher pode achar que sua menstruação está “desregulada” pois ela não tem a mesma duração de dias entre um ciclo e outro.
Por isso, saiba que menstruações regulares podem ter de 24 a 35 dias de duração e apresentam variações entre um ciclo e outro. Observe seu ciclo, tome nota de mudanças bruscas e busque ajuda médica apenas se passar longos períodos sem menstruar.
O que pode significar menstruação atrasada?
Na verdade, menstruação atrasada não existe. O que ocorre é que o período menstrual é resultado de uma queda hormonal, que vem depois da ovulação.
A ovulação não tem data certa para acontecer, mas, quando acontece, a menstruação vem em um determinado número de dias após. Especificamente, entre 10 e 16 dias depois, pontualmente e sem muito espaço para variações.
Portanto: se a ovulação “adianta”, a menstruação “adianta” também. Se a ovulação “atrasa”, a menstruação “atrasa” também. Simples assim!
Ou seja, a ovulação pode “atrasar”, mas a menstruação não. E esses “atrasos”, que nada mais são do que variações, podem ocorrer por mudanças na rotina, estresse, desequilíbrios hormonais ou má alimentação.
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Quais são as cores da menstruação?
É comum que a cor da menstruação mude ao longo dos dias de período menstrual. Ela varia de pessoa para pessoa, afinal, nossos corpos e ciclos são únicos.
Entretanto, geralmente, a menstruação terá uma cor vermelho vivo ou vermelho escuro. Nos dias finais, poderá ser marrom ou até mesmo preta.
Quais os sinais de uma menstruação com problemas?
A menstruação pode ser um problema quando vem acompanhada de dores intensas e incapacitantes. Como sempre falamos por aqui, não conseguir sair da cama de dor e enfrentar mudanças drásticas na rotina por conta do período menstrual não é normal.
Além disso, preste atenção em mudanças na cor da sua menstruação. Ao perceber o sangue com tons alaranjados ou acinzentados, vá ao médico! Sobretudo se essa manifestação vier acompanhada de outros sintomas, viu?
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Tem como adiantar, parar ou atrasar menstruação?
Esqueça o cházinho de canela: não há comprovação científica de que técnicas ditas naturais – como chás e alimentos – possam adiantar, parar ou atrasar a menstruação.
Contudo, é possível interromper o ciclo menstrual e atrasar a menstruação com medicações. Mas atenção: como todo medicamento, há inúmeras contraindicações em seu uso.
É necessário que você converse com um ginecologista para entender se essa medicação é adequada para você. Além disso, não deixe de ler a bula para prever qualquer reação.
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Confira o glossário completo da menstruação
Preparamos um guia com vários conceitos da fisiologia da menstruação e suas fases envolvidas. Vem com a gente conferir:
Amenorreia:
Um nome não muito bonito para a ausência de menstruação em mulheres com idade para menstruar.
Há várias razões possíveis para a não menstruação: períodos de gravidez ou de amamentação, uso de medicamentos, estresse prolongado, dietas restritivas e baixa taxa de gordura corporal, por exemplo.
Ciclo menstrual:
O período de uma menstruação a outra. O ciclo começa no primeiro dia de menstruação e vai até a véspera do início da próxima menstruação – quando inicia um novo ciclo.
Ciclos menstruais regulares têm, geralmente, entre 24 e 35 dias, mas podem ocorrer variações. E de fato ocorrem, já que não somos máquinas, né?
Cólica menstrual:
A cólica menstrual é a dor na região pélvica antes ou durante a menstruação. Ela varia de intensidade e pode ser primária ou secundária.
A cólica primária é mais leve e diminui com aplicação de calor na região, chás ou analgésicos leves. Por sua vez, a secundária é uma cólica muito intensa, persistente e que não melhora, quase sempre associada a algum distúrbio no sistema reprodutivo.
Corpo lúteo:
É uma estrutura que se forma no ovário depois da ovulação. O corpo lúteo produz o hormônio progesterona, e dura de 10 a 16 dias. Nesse sentido, quando ele se desfaz, acontece a menstruação.
Corrimento:
É um fluxo de secreção vaginal decorrente de uma infecção ou inflamação, sendo diferente da secreção saudável e normal.
Dessa maneira, o corrimento vaginal geralmente é um sintoma que vem acompanhado de outros, como ardência, inflamação, coceira, dor ou cheiro fétido (ruim meeeesmo).
Portanto, se você perceber um corrimento diferente da secreção habitual, que vem junto com sintomas ou que possui coloração esverdeada/cinza e cheiro fétido, não tenha vergonha de consultar uma/um médica/o, viu?
Dismenorreia:
Outro nome não muito bonito para… cólica. Isso mesmo. Como dissemos acima, a dismenorreia pode ser primária ou secundária.
A cólica primária é mais leve e diminui com aplicação de calor na região, chás ou analgésicos leves. Por sua vez, a secundária é uma cólica muito intensa, persistente e que não melhora, quase sempre associada a algum distúrbio no sistema reprodutivo.
Endométrio:
O endométrio é um tecido que recobre o útero por dentro, se formando e se modificando ao longo do ciclo menstrual, ficando mais grosso e mais vascularizado (com mais sangue) devido aos hormônios circulantes em cada fase do ciclo.
Portanto, quando ficamos prestes a menstruar, devido a uma queda desses hormônios, o endométrio começa a descamar do útero e é eliminado na forma de menstruação, junto a outros fluidos.
Escape:
Também conhecido como “spotting”, em inglês, os escapes são pequenos sangramentos em alguns dias ao longo do ciclo, tendo geralmente coloração marrom ou rosada e aparecendo no papel e/ou na calcinha.
Podem ter várias causas e são comuns em quem faz uso de anticoncepcionais hormonais, por exemplo.
Na maioria das vezes, não representam problema algum, mas se você tiver muitos dias de escape sempre, vale a pena investigar se está tudo ok.
Estrogênio:
Hormônio produzido nos ovários de quem não usa nenhum tipo de contraceptivo hormonal. O estrogênio é responsável pelas mudanças no corpo feminino durante a puberdade, como o desenvolvimento das mamas e o alargamento dos quadris.
O estrogênio também protege nosso coração e nossos vasos sanguíneos, além de aumentar nossa disposição.
No ciclo menstrual, ele é responsável por amadurecer os óvulos e estimular a ovulação, além de tornar o muco cervical mais líquido, elástico e/ou transparente.
Fase folicular:
É a primeira fase do ciclo menstrual, iniciando no primeiro dia da menstruação e indo até o dia da ovulação. É durante a fase folicular que ocorre tanto o período menstrual quanto a maior parte do período fértil.
A fase folicular pode ser bem variável, tendendo a ser mais curta para quem tem ciclos curtos (até 24 dias) e mais longa para quem tem ciclos longos (mais de 30 dias), sendo bastante vulnerável a situações de má nutrição e estresse – sabe aquela história de que ansiedade/nervosismo atrasam a menstruação? Na verdade, “atrasam” a ovulação!
Fase lútea:
É a segunda fase do ciclo menstrual, iniciando logo após a ovulação e terminando logo ao final do ciclo (quando se menstrua e um novo ciclo começa).
Ao contrário da fase folicular, a fase lútea é fixa: tem de 10 a 16 dias. Durante essa fase, a mulher está infértil e a temperatura corporal sobe.
O hormônio que marca presença na fase lútea é a progesterona, embora o estrogênio também esteja presente.
Fecundação:
É a junção do óvulo com o espermatozoide, gerando uma potencial gravidez. Ocorre na tuba uterina.
Folículos:
São “casquinhas” com óvulos dentro, e que também produzem o estrogênio. Dentro dos ovários, há muitos folículos. Todo ciclo menstrual, um deles cresce mais que os outros e se torna o dominante.
Geralmente, é esse folículo que vai liberar o óvulo naquele ciclo. Portanto, após liberar o óvulo, o folículo se transforma em corpo lúteo e começa a produzir progesterona e estrogênio.
Menarca:
O primeiro sangramento menstrual da nossa vida, a primeira menstruação.
Menopausa:
Momento da vida em que os ciclos menstruais cessam, devido à baixa produção hormonal. Ocorre geralmente em torno dos 50 anos, podendo ser antes ou depois.
Menstruação:
Sangramento que ocorre devido à queda hormonal após um ciclo ovulatório. O período de fluxo menstrual geralmente dura entre 3 e 5 dias, podendo durar até cerca de 8 dias dentro do considerado "normal''.
Assim, o primeiro dia de menstruação (e primeiro dia de ciclo menstrual) é o primeiro dia de fluxo vermelho.
A textura da menstruação pode ser bem líquida e/ou com coágulos, e a coloração varia entre vermelho vivo, vermelho mais escuro e marrom – geralmente no final, quando vem em menor quantidade. O odor é característico de sangue, lembrando cheiro de ferro.
Porém, o fluxo menstrual é composto não apenas por sangue menstrual, mas outros fluidos, endométrio, muco cervical… Todo esse fluxo, somado, pode chegar até o equivalente a meio copo – e estar dentro do “normal”.
Muco cervical:
Quem nunca sentiu que “desceu uma cachoeira” do nada, foi ao banheiro com a certeza de ser menstruação e não viu sangue algum? Ou passou o papel higiênico e sentiu escorregando? Muco cervical!
Esse muco é produzido pelo colo do útero quando estamos férteis e escorre pela vagina.
Nesse sentido, sua cor, aparência, textura e sensação se alteram ao longo do ciclo menstrual – pode ter um aspecto mais leitoso, mais parecido com hidratante, mais aguado, ou parecido com clara de ovo, elástico… Totalmente normal e saudável!
Nidação:
Geralmente, quem chega no encontro desse termo, chega tomada por emoção: seja positiva, seja negativa. Bom, vamos por partes: nidação é quando aquele óvulo fecundado sai da tuba uterina e “se gruda” no útero.
Se o óvulo fecundado conseguir realizar essa etapa com sucesso, inicia-se oficialmente a gravidez e começa a produção do hormônio hCG (gonadotrofina coriônica humana, para as íntimas. Sim, é o hormônio do exame/teste de gravidez).
Além disso, em alguns casos pode acontecer um pequeno sangramento (escape) em decorrência da nidação, mas não é o mais comum.
Ovulação:
É um evento que ocorre em algum momento do ciclo menstrual, quando o ovário libera um óvulo na tuba uterina. Pode acontecer de os dois ovários liberarem, cada um, um óvulo diferente na mesma ovulação, com diferença de poucas horas – é assim que os gêmeos bivitelinos (diferentes um do outro) nascem!
Óvulo:
É o gameta feminino, ou seja, nossa célula destinada para a reprodução, tão custosa ao nosso corpinho! Como adoramos curiosidades, durma com essa: o óvulo é a maior célula da espécie humana. #VaiÓvulo
Período fértil:
Simplificando, é o período em que uma relação sexual desprotegida com vagina + pênis pode levar a uma gravidez.
Ou seja, o período fértil compreende todos os dias em que os espermatozoides podem se manter vivos dentro do aparelho sexual e reprodutivo feminino (até pelo menos 5 dias, embebido no muco fértil!) mais o período em que o óvulo fica disponível (até 24h).
O período fértil não segue calendário e não tem como prever com segurança quando ele vai começar e quando vai terminar.
Para garantir: não tem como engravidar fora do período fértil, pois a definição de “fértil” é justamente a capacidade de reproduzir. O que é possível e beeeem comum é errar nos cálculos do período fértil.
Progesterona:
É o hormônio que surge, a cada ciclo, após a ovulação. Além de preparar o útero para receber um possível embrião, caso tenha ocorrido o encontro de um óvulo e um espermatozoide, a progesterona tem muitas outras funções.
Nesse sentido, ela auxilia na imunidade, na proteção a várias doenças, faz bem para os ossos, músculos e cabelos e é um hormônio mais “tranquilizante” que equilibra o efeito do estrogênio.
Dessa forma, tende a oferecer ciclos mais confortáveis, com menos ou nenhuma TPM e menstruações mais leves. Bom demais!
Sangramento por privação hormonal:
É popularmente chamado de menstruação, e muitas vezes tem o mesmo aspecto e a mesma duração da menstruação.
A única diferença são os processos hormonais que levam a um ou outro: o sangramento por privação hormonal acontece para quem utiliza contraceptivos hormonais (pílula, anel, adesivo, injeção) e faz um período de pausa.
Nesse caso, não tem ovulação e nem ciclo menstrual, mas ocorre um sangramento por privação do hormônio.
Sangramento de nidação:
Como falamos acima, nidação é quando aquele óvulo fecundado sai da tuba uterina e “se gruda” no útero.
Se o óvulo fecundado conseguir realizar essa etapa com sucesso, inicia-se oficialmente a gravidez e começa a produção do hormônio hCG (gonadotrofina coriônica humana, para as íntimas. Sim, é o hormônio do exame/teste de gravidez).
Por conta disso, em alguns casos pode acontecer um pequeno sangramento em decorrência desse processo. Mas não é tão comum de acontecer, viu?
TPM:
Sigla para Tensão Pré Menstrual. Dessa forma, são várias sensações que ocorrem com boa parte das mulheres nos dias anteriores à menstruação: pode ser maior sensibilidade, maior irritabilidade, inchaço, ansiedade, alterações de humor, etc.
TPM é comum, mas nem por isso é agradável, certo?
E aí, sentiu falta de algum termo no nosso Glossário da Menstruação Sem Neuras para ele se tornar, de fato, sem neuras? Fala pra gente!